Há uma epidemia de sobrepeso e obesidade em
evolução em todo o mundo, e poucos países escapam desse quadro. O sobrepeso e a
obesidade estão relacionados com o aumento do risco para uma série de doenças, destacando-se
principalmente as cardiovasculares, o diabetes e a Síndrome metabólica.
O sobrepeso e a obesidade ocorrem devido a um
desequilíbrio entre a quantidade de calorias ingeridas e o gasto energético com
atividade física. A oferta de calorias na forma de carboidratos altamente
industrializados é alta e barata, quando, por outro lado, as facilidades da
vida moderna, assim com as novas formas de trabalho, estimulam a inatividade física.
Por essa razão, a atividade física é um fator crítico para se determinar se um
indivíduo será capaz de manter um peso sadio, poderá perder o excesso de peso
ou ainda, manter o peso reduzido com sucesso. A quantidade de atividade física
necessária para essas ações é variável de indivíduo para indivíduo.
A combinação de uma dieta hipocalórica e
atividade física é o método mais efetivo para a perda de peso. Infelizmente,
somente uma minoria da população que tenta diminuir o peso utiliza essa estratégia.
A manutenção da prática de atividade física é um dos problemas encontrados
nesse caminho e cerca da metade dos adultos que iniciam um programa de
atividade física o interrompem no sexto mês.
Outro ponto conhecido é o crescimento da prevalência
da obesidade infantil e a dificuldade da sua abordagem, visto que este fator
está relacionado com mudanças dos hábitos de vida e a disponibilidade dos pais,
além da dificuldade de compreensão da criança sobre os malefícios da obesidade.
Nesse contexto, a atividade física se mostra um excelente expediente para reverter
o processo de obesidade, já que o caráter lúdico também é acompanhado de
satisfação; sendo esta uma importante estratégia para introduzir a atividade física
na vida futura de uma pessoa.
Há necessidade de uma abordagem enfática de
atividade física para o controle da obesidade pelas seguintes razões:
• Muitos especialistas concordam que as mudanças de comportamento
relativas ao consumo de alimentos são difíceis por causa de hábitos culturais, condições
socioeconômicas e ambientais, além das relações emocionais com os alimentos.
• Enquanto o bem-estar ou uma condição saudável podem ser
oferecidos pela dieta balanceada, a perda de peso é mais facilmente atingida com níveis
adequados de atividade física.
• As evidências mostram que enquanto o nível de atividade física
aumenta, o sobrepeso e a obesidade diminuem.
• A combinação de dieta e exercício físico é superior a somente a
dieta no tratamento da obesidade infantil.
• Um obeso ativo é mais sadio do que um eutrófico sedentário.
Razões para a
necessidade de enfatizar atividade física para os jovens:
• A atividade física previne a instalação do sobrepeso e da
obesidade e é mais eficaz em reverter sua progressão.
• A participação em esportes e em atividade física aumenta a
confiança e a auto-estima que são inversamente relacionadas com o sobrepeso e a
obesidade.
• Sob a perspectiva da saúde pública, atividade física e a
obesidade em jovens representam um desafio mais crítico do que em adultos.
A atividade física quando feita com uma duração
inferior a 150 minutos semanais tem um efeito mínimo na perda de peso. Quando
praticada acima de 150 minutos/semana os resultados são menores (até 2 a 3kg); com 225 a 420 minutos/semana os
resultados são melhores, variando de 5 a 7,5kg. Assim, muitos autores e colégios
sugerem aproximadamente 60 minutos de atividade física na maioria dos dias da
semana.
Por fim, estudos recentes indicam que atividade
física de intensidade moderada a vigorosa, de 150 a 200 minutos por semana,
de uma energia equivalente a 1.200-2.000 calorias, será suficiente para
prevenir o ganho de peso.
Márcio
Marega