Atividade Física Regular diminui riscos cardíacos |
A transição
demográfica decorrente do declínio das taxas de fecundidade e mortalidade na
população, aliada ao aumento do consumo de gorduras saturadas e álcool, aumento
do tabagismo e diminuição dos níveis de atividade física, contribuem,
conjuntamente, para o acúmulo de doenças crônico-degenerativas e para as quais
as ações preventivas poderiam produzir um melhor custo-benefício à
sociedade.
Estimativas da
Organização Mundial da Saúde (OMS) para o ano de 2001 apontavam que 58,5% das
mortes por todas as causas foram decorrentes de doenças crônicas em todo o
mundo. Essas estimativas indicaram esse grupo de doenças como responsável por
valores da ordem de 45,9% para o indicador "Disability-Adjusted Life Years"
(DALY) na população mundial. Mudanças nos padrões de
morbi-mortalidade são alvo de estudos epidemiológicos sobre a relação entre as
doenças crônico-degenerativas e fatores associados, entre os quais destaca-se o
padrão de atividade física.
A prática regular
de atividade física é apontada pela literatura como importante fator de proteção
para o desenvolvimento de doenças crônicas. Shephard , em revisão sistemática da literatura, classificou como conclusivas as
evidências que associam tal prática com o risco reduzido da doença cardíaca
coronariana, hipertensão arterial, doença renal, diabetes tipo 2, osteoporose,
câncer de cólon e mama, depressão e ansiedade, entre outros. Tais doenças,
portanto, não se constituiriam como inevitáveis na sociedade moderna e poderiam
ser prevenidas a custo menor do que o das intervenções
curativo-assistenciais.
Nas últimas décadas
houve aumento no volume de publicações nacionais e internacionais que envolvem a
epidemiologia da atividade física. Entretanto, a disponibilidade de diferentes
métodos para avaliar o padrão de atividade física em estudos de base
populacional dificulta a comparação dos resultados de diferentes investigações.
De acordo com revisão sistemática realizada por Hallal et al
(2007), nas duas últimas décadas, dentre 39 estudos que utilizaram questionários
para avaliar o padrão de atividade física no Brasil, 69% foram conduzidos com
instrumentos criados pelos próprios autores. Diante de tal fato, e com o apoio
da Organização Mundial da Saúde (OMS), foi desenvolvido o International
Physical Activity Questionnaire (IPAQ), que tem por propósito avaliar os
níveis de atividade física, de forma padronizada, em todo o mundo
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